Trombofilia é uma condição caracterizada por uma predisposição aumentada para desenvolver trombose (coágulos sanguíneos) devido a alterações nos fatores de coagulação do que podem ser hereditárias (genéticas) ou adquiridas, resultando em um maior risco de o sangue coagular, levando a obstrução do fluxo de sangue dentro dos vasos, prejudicando a irrigação de tecidos, sendo que, dependendo do local comprometido, isso pode ser grave e algumas vezes até letal.
Trombofilia e perda gestacional: existe relação?
Há algumas evidências que apontam que pessoas com trombofilia, especialmente adquirida, podem ter um risco aumentado de perda gestacional. No entanto, até o momento, não há evidências suficientes para afirmar que essa condição interfere nas chances de uma mulher engravidar após uma transferência de embriões.
Por esse motivo, sociedades médicas de países desenvolvidos sugerem fortemente que não se deve pesquisar trombofilia em pessoas fazendo tratamento para engravidar, mesmo naquelas que não conseguiram gravidez após várias transferências (1).
1. Shaulov T, Sierra S, Sylvestre C. Recurrent implantation failure in IVF: A Canadian Fertility and Andrology Society Clinical Practice Guideline. Reprod Biomed Online. 2020 Nov;41(5):819-833. doi: 10.1016/j.rbmo.2020.08.007. Epub 2020 Aug 20. PMID: 32962928. Trombofilia e Fertilidade
Gestantes com trombofilia: cuidados necessários
Pessoas com diagnóstico de trombofilia precisam de orientação adequada, já que o tratamento para engravidar, a gestação, o parto e o puerpério elevam significativamente o risco de trombose. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos para reduzir esse risco, mas é importante lembrar que esses medicamentos aumentam o risco de sangramentos graves. Eles só devem ser usados após a confirmação de que a gravidez está localizada dentro do útero, pois seu uso em uma gestação ectópica pode aumentar o risco de complicações sérias, como a morte.
Trombofilia não deve ser um obstáculo para quem deseja engravidar
Não há recomendação de investigar trombofilia apenas por estar em tratamento para engravidar. No entanto, se você já sabe que tem trombofilia, é importante discutir com seu médico os possíveis impactos nos riscos durante a gestação e o parto.
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